23/01 16:38 CET
Mais de 66% dos eleitores disseram “sim” à adesão da Croácia à União Europeia. A entrada do país deve ser formalizada no dia 1 de julho de 2013, depois de ratificada pelos 27 membros atuais.
O referendo de domingo foi aprovado com uma expressiva maioria e apoio de todos os partidos políticos. A única sombra foi o alto índice de abstenção. Só votaram 43,6% dos eleitores registados.
Na rua, há várias opiniões:
“-É bom que tenhamos votado a favor. Tenho seis filhos e penso que vão ter um futuro melhor, com uma formação adequada, por isso me parece tão positivo.”
“- Não temos outra opção, no entanto continuamos cépticos, é verdade”.
“- Acho que vamos ganhar muitas coisas boas com tudo isto. É evidente que também há aspectos negativos, mas é algo a que nos devemos habituar. Tudo depende principalmente de nós”
As longas e difíceis negociações entre a União Europeia e Zagreb começaram em 2005. Durante seis anos, Bruxelas negociou com o executivo conservador, mas o acordo de adesão acabou por ser assinado pelo governo de coligação de centro-esquerda.
O chefe do exectivo, Zoran Milanovic, está satisfeito:
“- Este é um momento crucial de nossa história, e seremos responsáveis pelas nossas decisões. Os sucessos e fracassos vão depender inteiramente de nós.”
Depois do que aconteceu com a Roménia e a Bulgária, a União está a exercer mais vigilância para manter a pressão sobre o futuro parceiro, pelo que se anuncia uma integração difícil.
Os indicadores económicos não estão no seu melhor momento. O crescimento está em marcha lenta, o salário médio é baixo, o desemprego ronda 18% e a dívida eleva-se a 102% do PIB.
Algumas razões que suscitam as críticas não dos euro céticos mas dos que acham que a Croácia necessita de mais tempo para se preparar para entrar no clube comunitário.
É o caso da deputada conservadora Ruza Tomasic:
“- Não estamos preparados para entrar na União Europeia. Devíamos ter melhorado a economia, aumentar primeiro as exportações, e só depois, entrar na União Europeia. A nossa economia está em más condições, as exportações afundam-se…vamos aderir à União Europeia de joelhos”
Os críticos são muitos. As razões divergem.
O argumento mais defendido é o da soberania: num país que ganhou, pela guerra, o direito à independência há 20 anos. Para os detratores, a adesão à UE é o mesmo que o regresso ao tempo da Jugoslávia.
Fonte: http://pt.euronews.net/2012/01/23/croacia-adere-a-ue-com-abstencao-de-mais-de-metade-do-eleitorado
Acessada dia 25 de janeiro de 2012
Croatas dizem sim à UE
23/01 09:54 CET
Vinte anos após a independência ex-Jugoslávia, a Croácia aprova a entrada na União Europeia.
Os resultados preliminares do referendo deram vitória ao “sim” por 66%, dos votos.
O tratado de adesão que a Croácia assinou em Dezembro terá agora de ser ratificado pelos 27 Estados-membros para que o país venha a integrar o grupo em Julho de 2013.
Com esta resposta, que obteve uma taxa de participação a rondar os 11,4 % quatro horas após o início da votação, abre-se a porta da União Europeia e os croatas recuperam a confiança.
Os responsáveis políticos dizem que se trata de um momento importante para o país. “Estou muito feliz porque daqui em diante a Europa será a minha casa”, regozijou-se o Presidente croata, Ivo Josipovic.
O grande entusiasmo da Croácia na integração, que subia aos mais de 80% em 2003, baixou durante as negociações que se arrastaram nos últimos seis anos, mas os desafios acabaram por ser superados.
Fonte: http://pt.euronews.net/2012/01/23/croatas-dizem-sim-a-ue/
Acessada dia 25 de janeiro de 2012
RESENHA:
Croácia: quase 9 anos de espera pela adesão a União Européia
Desde 2003 à Croácia luta pela adesão do país a União Européia. Agora que conseguiu a adesão, será que ela beneficiara-se? Pois, a União Européia está vivenciando, atualmente, um período de crise do bloco.
A Croácia fez o pedido de adesão à União Européia em fevereiro de 2003. A Comissão Européia acedeu a esse pedido, emitindo um parecer positivo em abril de 2004. Em junho do mesmo ano, o Conselho Europeu (os chefes de Estado e/ou governo da UE) concedeu à Croácia o estatuto de país candidato e estabeleceu uma data para o início das negociações para o processo de adesão, inicialmente previsto para o início de 2005, depois adiado para outubro do mesmo ano. Agora, vinte anos após a independência ex-Jugoslávia, a Croácia aprova a entrada na União Europeia. Os resultados preliminares do referendo deram vitória ao “sim” por 66%, dos votos. O tratado de adesão que a Croácia assinou em Dezembro terá agora de ser ratificado pelos 27 Estados-membros para que o país venha a integrar o grupo em Julho de 2013.
Muitos países europeus aderem a União Européia, por causa dos benefícios que os países aderidos possuem, tais como: Integração econômico-comercial (livre circulação de bens, serviços, capitais e trabalhadores entre os Estados-membros); Garantia de política externa e de segurança comum; Garantia de políticas de imigração e de cooperação judiciária e policial; Dentre outras... Por causa desses benefícios que a Croácia lutou durante quase 9 anos pela adesão ao bloco.
A economia da Croácia baseia-se fundamentalmente no serviços variados e indústria, notadamente dos setores químico, naval e metal-mecânico. O principais problemas enfrentados pela Croácia é o desemprego estrutural, as constantes reformas econômicas e o sistema judicial, que é antiquado, em especial no que diz respeito à posse das terras estatizadas no período comunista. Contudo, tais problemas vêm sendo alvo de grande mobilização no sentido de serem resolvidos por reformas legais ocorridas no âmbito das negociações para a entrada do país na União Européia. Atualmente, os indicadores económicos não estão no seu melhor momento. O crescimento está em marcha lenta, o salário médio é baixo, o desemprego ronda 18% e a dívida eleva-se a 102% do PIB.
Agora, após aprovada a adesão do país ao bloco europeu, a Croácia encontra-se dividida a respeito de sua adesão: há aprovações, “Estou muito feliz porque daqui em diante a Europa será a minha casa”, regozijou-se o Presidente croata, Ivo Josipovic. E há críticas, caso da deputada conservadora Ruza Tomasic,“ Não estamos preparados para entrar na União Europeia. Devíamos ter melhorado a economia, aumentar primeiro as exportações, e só depois, entrar na União Europeia. A nossa economia está em más condições, as exportações afundam-se…vamos aderir à União Europeia de joelhos”
Contudo, o principal problema da adesão é o de que a Croácia conseguiu aderir ao bloco num momento em que o mesmo encontra-se em crise, esta, causada pela crise da zona do euro e pela falta de coordenação política da União Europeia para resolver questões de endividamento público das nações do bloco. Problemas sócio-econômicos começam a atingir os países da União Européia, tais como: a fuga de capitais de investidores; a escassez de crédito; o aumento do desemprego; o descontentamento popular com medidas de redução de gastos adotadas pelos países como forma de conter a crise; a diminuição dos ratings (notas dadas por agências de risco) das nações e bancos dos países mais envolvidos na crise; a queda ou baixo crescimento do PIB dos países da União Européia em função do desaquecimento da econômica dos países do bloco; etc...
Assim, fica a reflexão: depois de quase nove anos tentando aderir á União Européia e agora conseguiu-o, será que no estado de crise em que o bloco encontra-se, valeu realmente á pena essa adesão?
Por: Caroline Freitas
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