28/06/2011 21h40 - Atualizado em 28/06/2011 21h40
Reuters
ASSUNÇÃO (Reuters) - O Mercosul vai tentar aumentar seu comércio local e se proteger das importações mais baratas da Ásia, no momento em que suas moedas se valorizam e suas economias crescem acima da média mundial.
A decisão foi tomada por chanceleres e ministros da Economia e Comércio do bloco integrado por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, que buscam fortalecer suas indústrias, limar conflitos bilaterais e dinamizar suas exportações com valor agregado.
'Podemos sofrer as consequências da não recuperação da economia mundial... isso deprime o mercado de manufaturados. Nossa preocupação é que nosso mercado seja invadido por produtos de quem não tem para quem vender', disse o ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, a jornalistas.
'A América Latina vai continuar com bom desempenho de modo geral. (Queremos) que nosso mercado sirva para estimular o nosso crescimento, não o de outros países', acrescentou.
Os ministros se reuniram na cidade paraguaia de Luque, perto da capital Assunção, um dia antes da cúpula semestral de presidentes do Mercosul, que não contará com a presença da mandatária argentina, Cristina Kirchner, aconselhada por médicos a não viajar.
O bloco também concordou em garantir o livre trânsito fluvial e terrestre de mercadorias, uma reclamação de economias menores da união aduaneira sul-americana.
O chanceler brasileiro, Antonio Patriota, disse que o Mercosul vai estudar a possibilidade de incluir a Bolívia e o Equador como membros plenos do bloco. 'É uma iniciativa que surge como uma ideia nova para essa agenda voltada para o futuro', garantiu.
EXPORTAR MAIS, IMPORTAR MENOS
A ministra da Indústria argentina, Débora Giorgi, disse que 'o bloco deve aprofundar o processo de substituição de importações de produtos de fora da região para aumentar a escala de produção dentro do bloco', uma estratégia que permitirá ganhar competitividade no acesso aos maiores mercados mundiais.
O Mercosul é um forte exportador de matérias-primas agrícolas, alimentos, energia e minerais, enquanto importa principalmente produtos acabamos, como bens de capital e de consumo durável.
'A demanda continuará crescendo por alimentos, por energia, pela riqueza mineral que existe em nossa parte do mundo', disse Patriota, acrescentando que 'não queremos continuar vendendo commodities e importando produtos de maior valor agregado'. Ele defendeu o aprofundamento dos acordos de complementação industrial.
Giorgi, no entanto, destacou que são necessárias medidas de defesa comercial frente aos países de fora da região, fundamentalmente da Ásia, para preservar o mercado interno e dinamizar o comércio local, que alcançou 44,55 bilhões de dólares em 2010.
Os produtos baratos da China que invadem os mercados locais constituem uma preocupação em particular, destacou o assessor do Ministério da Indústria paraguaio, Fernando Masi.
'Há muitos problemas no sentido de que o Mercosul tem poucas defesas contra a invasão de produtos chineses ... A Argentina propôs melhorar os instrumentos de defesas comerciais', disse Masi.
LIVRE TRÂNSITO
Os chanceleres também aprovaram uma decisão que estabelece a liberdade para o tráfego de mercadorias por meio terrestre e fluvial nos Estados membros do Mercosul.
'Pedimos que nos facilite o comércio e que seja permitido o acesso a todos os mercados do Mercosul, que nos abram o mercado dentro das normas legais', disse o ministro da Indústria do Paraguai, Francisco Rivas.
Outra discussão na agenda foi a criação de uma política automotiva unificada para o bloco para 2013.
Argentina e Brasil se envolveram em uma disputa comercial no início do mês devido à decisão do governo brasileiro de impor licenças não automáticas à importação de veículos de qualquer país.
'O comércio dentro do Mercosul tem sido uma das chaves para superar a crise internacional, razão pela qual buscamos diferentes ferramentas para nos ajudar a continuar avançando. Uma delas tem a ver com o comércio em moeda local', disse o ministro argentino da Economia, Amado Boudou.
Por Daniela Desantis e Guido Nejamkis; Reportagem adicional de Mariel Cristaldo.
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Acessado no dia 28 de Junho de 2011
RESENHA DA NOTÌCIA:
Se fechar para não ser invadido
Com a crise norte americana, a China ganhou novos importadores para seus produtos, que antes eram dos EUA, apesar de não serem de grande qualidade, o produto industrializado dos chineses são os mais baratos do mercado internacional.
As empresas nacionais de países subdesenvolvidos como os da América do Sul, não têm a mínima chance de concorrer com esse “Monstro” da economia atual.
Para não terem seus mercados desvalorizados, o Mercosul tomou uma medida muito sabiá, se blindou contra as importações asiática e favoreceu ainda mais o comercio entre os países integrantes do mesmo. Após a crise e com maior demanda de alimentos, energia e riquezas minerais, principais produtos de exportação dos países membros do Mercosul, não iram perder mercado se fecharem, um pouco, as importações.
Portanto, favorecendo o comercio entre os mesmo, eles irão fortalecer seus mercados, o único impasse seria possíveis bloqueios de transações com paises asiáticos, mas isso seria inviável para eles, já que sua maior potência a China, importa a soja do Brasil para alimentar seus rebanhos.
Por Lucas Nascimento
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