domingo, 29 de janeiro de 2012

Desnutrição afeta 42% das crianças nos distritos pobres da Índia


10 de janeiro de 2012 • 13h55 • atualizado às 15h21

A desnutrição é uma "vergonha nacional" para a Índia, disse nesta terça-feira o primeiro-ministro do país, Manmohan Singh, após constatar que segundo um novo estudo, 42% das crianças indianas dos distritos mais pobres estão desnutridas.

Singh lançou na capital indiana o primeiro estudo em anos sobre o problema, que tem como título "HUNGaMA" e revela que a metade das crianças dos 100 distritos mais pobres sofrem atrofias ou desnutrição aos dois anos.

"Apesar do nosso impressionante crescimento econômico, o nível de desnutrição é inaceitavelmente alto. Não conseguimos reduzir este índice suficientemente rápido", se lamentou o primeiro-ministro durante a apresentação, que foi televisada pelos canais locais.

A economia indiana cresceu acima de 6,5% nos últimos anos, mas persistem graves desigualdades em função do território, e segundo relatório do Unicef de 2009, cerca de 61 milhões de crianças estão desnutridas, um terço do total global.

Reduzir a desnutrição à metade no ano de 2015 (desde as taxas de 1990) é um dos Objetivos do Milênio para a Índia: estima-se que para esse ano a taxa de crianças afetadas pelo problema na Índia deveria ser de 27,4%.

Entretanto, segundo o relatório, as taxas atuais são alarmantes nos distritos mais pobres do país, onde 59% das crianças menores de cinco anos apresentam atrofias e 92% das mães nem sequer tinham escutado a palavra "desnutrição".

"É evidente que as campanhas de informação não são satisfatórias. A lactação materna é seguida por menos da metade das mães e quase ninguém sabe dizer o que é desnutrição", disse à agência Efe a chefe da pesquisa, Rohini Mukherjee.

"É fundamental que sejamos capazes de atuar no período conhecido como dos ''mil dias'', desde que a mulher fica grávida até que a criança complete dois anos. As mães podem fazer coisas que não custam dinheiro, como recorrer à lactação", acrescentou.

O relatório, o primeiro desse nível realizado desde 2004, se baseia em uma pesquisa em 112 distritos da Índia pela fundação indiana Naandi. Os pesquisadores entrevistaram pessoas de 73 mil famílias.

As conclusões também contêm dados positivos, como a redução da taxa de desnutrição (há sete anos era de 53%) ou o fato de que as meninas, tradicionalmente discriminadas em grandes regiões, não estejam em uma situação ainda pior que a dos meninos.

"Os resultados desta enquete são ao mesmo tempo preocupantes e promissores", disse Singh. "Sempre achamos que o nível educativo de uma mãe, o status econômico de uma família, a higiene, o status da mãe na família ou a lactação afetavam a nutrição. O estudo validou essas hipóteses", acrescentou.

O primeiro-ministro da Índia expressou também que seu Governo decidiu, entre outras coisas, lançar um programa de desenvolvimento multisetorial, uma campanha de comunicação contra a desnutrição e iniciativas para garantir o bem-estar dos menores.

A Índia iniciou em 1975 um plano dedicado a lutar contra a praga da desnutrição, que consistia na implantação de centros dedicados a fomentar a formação nutricional e alimentar as crianças, mas o programa continua sem dar os resultados esperados.

Segundo diferentes especialistas, a maioria das crianças indianas têm uma alimentação monótona e baseada em poucos alimentos de origem vegetal, e além disso estão sujeitas a uma lactação deficiente.

Embora geral, o problema mais grave se concentra em poucas regiões, um arco do norte do país que na Índia se conhece com o nome de "Bimarou", referido a Bihar, Jharkhand, Madhya Pradesh, Rajastão, Orissa e Uttar Pradesh.

Em língua híndi, a palavra "bimar" significa doente, e em geral essas regiões costumam aparecer no fim dos indicadores de desenvolvimento humano: ali estão também os 100 distritos onde está mais presente a praga da desnutrição.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5551529-EI8143,00-Desnutricao+afeta+das+criancas+nos+distritos+pobres+da+India.html
Acessada dia 10 de janeiro de 2011

RESENHA:

                             Alto índice populacional, desigualdade social e a fome na India

A economia da Índia é a décima maior do mundo em produto interno bruto nominal e a quarto maior do mundo, atrás apenas dos EUA, da China e do Japão, bem como a terceira mais desenvolvida da Ásia. E está numa situação de grande preocupação internacional. O índice de crianças desnutridas segundo a noticia é de 42% nas regiões pobres do país. A desnutrição é o resultado de pouca alimentação; é quando há um desequilíbrio entre a necessidade do corpo e a ingestão de nutrientes essenciais. Mais resumidamente falando, seria a fome. A fome, que é um problema social em vários países principalmente os mais populosos.

Numericamente falando a Índia é o segundo país do mundo em população, perdendo somente para a China. Essa explosão demográfica causou impacto nas políticas públicas para a infância, não só na parte educacional, mas também quando se trata de alimentação.

Infelizmente o crescimento da agricultura não acompanha o crescimento populacional. Considerando que cerca de 60% da população da Índia hoje depende diretamente da agricultura, se amanhã a população continuar aumentando mais nesse ritmo, não haverá nem disponibilidade de terras para moradia de pessoas, piorando mais ainda o IDH, e as condições de vida no país.

O governo indiano deveria tomar providencias agora, antes que seja tarde e isso acabe por começar uma crise sócio-econômica no pais. Deve-se antes de tudo criar programas para o controle de natalidade, mas que gerem efeitos.

A desigualdade social do país é evidente. Ao mesmo tempo em que é uma potencia mundial, também é um dos países que apresentam mais problemas quando se fala de fome e miséria. O país deveria criar programas de incentivo ao trabalho, e dando uma oportunidade para aqueles que têm condições de trabalho e não o fazem por falta de oportunidade ou até mesmo poder aquisitivo.

Os sistemas de distribuição que oferece comida de graça às famílias que se encontram sob a linha de pobreza deveriam ser ampliados. Pois, muitas vezes a ajuda nem sempre chega aos que mais necessitam. Muitas vezes devido a corrupção desvia-se as verbas para tais programas e acabam por gerar problemas que geram conseqüências negativas para todo o pais. A luta contra a fome é, em primeiro lugar, luta contra a fome pela justiça social.

Por: Lays Luchi

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